Diário nos Bairros: Eleições 2016

Moradores do Dom Antônio Reis querem vigilância nas ruas para reduzir assaltos

Lizie Antonello

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Entrar no bairro Dom Antônio Reis é um desafio e não seria nada surpreendente se o desejo da comunidade fosse o asfaltamento das vias. Basta andar alguns metros de uma das principais vias de acesso, a Rua Aron Fischmann, para experienciar o sacode e ter pena do veículo e do motorista que tem a tarefa inglória de escolher o menor buraco para cruzar. A situação chama a atenção em vias pavimentadas, calçadas e até de chão batido. Mesmo formado na maior parte por belas construções, o bairro não usufrui de rede de esgoto. Porém, como em outros locais da cidade, a prioridade para a maioria dos moradores ouvidos pela reportagem foi a segurança. Isso porque a sensação de calmaria que se tem ao andar pelas ruas, segundo os moradores, acaba assim que o sol se põe.

O dono de um mercado, que pediu para não ser identificado, fica com o controle remoto do portão na mão, e avalia se abre ou não para quem chega. A justificativa? Ele foi assaltado oito vezes em 15 anos. A maioria dos entrevistados já havia sido assaltada ou relatava casos envolvendo parentes ou vizinhos.

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– Vivemos chaveados, com cães e equipamentos nas casas por causa da falta de segurança – disse o motorista Adriano Vieira, 43 anos, que mora há 15 no bairro e teve familiar assaltado duas vezes nos últimos tempos. E um dos símbolos dessa preocupação dos moradores é a o que deveria ser o principal ponto de encontro e de lazer da comunidade: a Praça Dom Antônio Reis, que fica na Avenida Monsenhor Pascoal Gomes Librelotto esquina com as ruas Frederico Piccinini e Victório Cauzzo. O espaço público, segundo os moradores, virou um ponto de comércio e uso de drogas, de vandalismo, de depredação e de violência.

Em 2010, a praça foi revitalizada pela prefeitura, que gastou mais de R$ 300 mil, e entregue à comunidade. O investimento para recuperar os 3,9 mil metros incluiu pavimentação dos passeios, acessibilidade, paisagismo, novos bancos, lixeiras e luminárias, recuperação da quadra de areia e do campo de futebol, reforma e pintura de brinquedos da pracinha e adequação da pista de caminhada. Mas, sentindo-se impotentes, os moradores deixaram de frequentá-la. 

Os moradores do bairro Tomazetti querem segurança

– Na época, o prefeito disse que devíamos nos apropriar da praça. Nos apropriamos até um certo ponto. Agora, eles tomaram conta. Precisamos de ajuda, não temos como medir forças com jovens armados que se drogam e assaltam – diz uma moradora que preferiu não ter o nome divulgado.

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